quarta-feira, 31 de março de 2010
Banir propagandas reduziria obesidade infantil, diz estudo
da Folha de S.Paulo
Um novo estudo americano sugere que a propaganda de fast food pode ter um papel importante para os altos índices do problema.
Segundo a pesquisa, publicada no "Journal of Law & Economics", se os anúncios de fast food fossem banidos, o número de crianças de 3 a 11 anos acima do peso seria reduzido em 18%. O de adolescentes de 12 a 18 com o mesmo problema também sofreria queda, de 14%.
Para especialistas americanos, trata-se do primeiro estudo a mostrar que os comerciais televisivos têm tão grande impacto na obesidade infantil.
Os autores da pesquisa, no entanto, não defendem uma proibição nos anúncios de fast food. Eles dizem que algumas famílias podem se beneficiar dos anúncios, descobrindo, por exemplo, quais restaurantes ficam próximos à sua casa e o que eles servem. Afirmam, ainda, que muitas pessoas consomem fast food moderadamente, sem prejudicar sua saúde.
Dados brasileiros
No Brasil, um estudo divulgado no ano passado com 816 famílias que têm filhos de 7 a 14 anos relacionou a obesidade das crianças à quantidade de propaganda de alimentos ricos em gordura, açúcar, sal e óleo exibidas na televisão.
Feita na USP de Ribeirão Preto, a pesquisa mostrou que cerca de 27% da propaganda exibida era de alimentos. Desse total, 57% vendiam produtos como refrigerantes, achocolatados, bolachas recheadas e salgadinhos. Das crianças avaliadas, 24% tinham sobrepeso ou obesidade, e a maioria comia muitos alimentos gordurosos ou cheios de açúcar.
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