quinta-feira, 1 de abril de 2010

Falta de esperança eleva risco de derrame em mulheres, diz estudo


da Reuters, em Chicago

A falta de esperança entre mulheres não só é triste como também eleva o risco de derrames, disseram pesquisadores dos EUA.

De acordo com esse estudo, publicado na revista "Stroke", mulheres saudáveis, mas que se sentem cronicamente desesperançadas, têm maior propensão a desenvolver placas nas paredes das artérias do pescoço, o que pode provocar um acidente vascular cerebral (derrame).

"Essas descobertas sugerem que as mulheres que experimentam sensações de desesperança podem ter maior risco para futuras doenças cardíacas e derrames", disse Susan Everson-Rose, da Escola Médica da Universidade de Minnesota, autora do estudo.

Muitas pesquisas já vincularam a depressão a doenças cardíacas, e estudos recentes inclusive sugeriram que o otimismo pode proteger as mulheres dos problemas do coração.

O estudo comandado por Everson-Rose é o primeiro a vincular diretamente a desesperança aos derrames em mulheres saudáveis. Foram examinadas 559 mulheres com idade média de 50 anos e sem sintomas clínicos de doença coronariana, como hipertensão.

"O que descobrimos é que essas mulheres que relataram sentir desesperança a respeito do futuro ou dos seus objetivos pessoais tinham maior engrossamento das artérias do pescoço - mais aterosclerose -, o que é um pré-indicador do risco de derrame e subsequente ataque cardíaco", disse Everon-Rose.


"O que descobrimos é que o engrossamento das artérias do pescoço é um traço específico da desesperança."

A pesquisadora recomendou que mulheres que se sintam desesperançadas fiquem conscientes do risco e busquem ajuda. 

Exercício é mais eficaz que terapia de choque contra bursite


RACHEL BOTELHO
da Folha de S.Paulo


Um estudo publicado no "British Medical Journal" revela que exercícios supervisionados são mais efetivos do que terapia por ondas de choque para aliviar dores crônicas no ombro, a quarta maior causa de queixa relacionada a dor musculoesquelética no mundo.

O trabalho, o primeiro a comparar os dois tipos de tratamento, foi feito na Noruega e envolveu 104 homens e mulheres de 18 a 70 anos que apresentavam dor havia pelo menos três meses devido à síndrome do impacto no ombro - popularmente conhecida como bursite. O problema ocorre quando dois ossos da região se impactam, comprimindo a musculatura situada entre eles.

Os participantes foram divididos em dois grupos: um recebeu ondas de choque (uma sessão semanal durante quatro a seis semanas) e outro realizou exercícios supervisionados (duas sessões de 45 minutos cada uma por até 12 semanas). Todos foram monitorados na sexta, na 12ª e na 18ª semanas.

Ao fim de 18 semanas, 64% das pessoas que fizeram os exercícios apresentaram redução na dor e nos índices de incapacidade. No grupo das ondas de choque, 36% tiveram melhora nesses indicadores. Os resultados mostram ainda que mais pacientes do grupo de exercícios voltaram ao trabalho ao fim do estudo, enquanto mais pacientes do grupo das ondas de choque receberam tratamento adicional após 12 semanas -o que sugere menor satisfação com a terapia.

De acordo com Osvandré Lech, vice-presidente da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) e especialista em ombro, esse não é o primeiro estudo que revela que a terapia de ondas de choque tem resultado inferior ao de outros métodos, mas é importante porque não envolve conflito de interesses e tem um rigor científico grande.

"A técnica não é barata e tem resultados limitados em comparação com outras mais simples. A pesquisa é um alerta para os profissionais usarem as ondas de choque de maneira comedida e cientificamente comprovada", afirma.

Na opinião do médico, há um grande interesse econômico por trás da indicação das ondas de choque porque o custo das máquinas utilizadas no tratamento é elevado -superior a R$ 54 mil. "O uso foi ampliado devido ao interesse comercial, mas esse tratamento não é isento de complicações. Muitas vezes o paciente sente dor intensa nas aplicações e pode haver, mais raramente, queimaduras superficiais. Sai caro para um país como o nosso."

O ortopedista Sérgio Luiz Checchia, do Hospital Sírio-Libanês, confirma que a terapia é feita em larga escala, incluindo em situações em que não há justificativa. "Ela pode ser usada quando há calcificação, mas não em inúmeras outras lesões, porque não surte efeito. E o trabalho mostra isso", diz. Para ele, o estudo tem potencial para mudar a prática médica.

Nos EUA, não se faz ondas de choque no ombro, segundo o vice-presidente da SBOT. "No Brasil, o uso não está devidamente regulamentado e a terapia é usada para uma quantidade maior de patologias, como todas as do ombro", afirma. 

Os exercícios realizados durante o estudo norueguês também são recomendados no Brasil e incluem alongamentos para recuperar a amplitude de movimentos e um trabalho de fortalecimento muscular.

Diabético não sabe diferenciar diet e light, diz pesquisa da USP


da Folha de S.Paulo

A maioria dos pacientes com diabetes tipo 2 não costuma ler o rótulo dos produtos light e diet que consome, não se preocupa com a quantidade ingerida nem conhece a importância de fazer um rodízio dos tipos de adoçante, revela uma pesquisa de mestrado realizada na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.

Esse procedimento é recomendado pela Organização Mundial da Saúde para evitar o acúmulo de uma única substância química no organismo.

Segundo a nutricionista Paula Barbosa de Oliveira, autora do estudo, depois de usar um edulcorante à base de sacarina, as pessoas devem optar, na próxima compra, por um de ciclamato de sódio ou de aspartame, por exemplo.

Para ela, o consumo excessivo de edulcorantes pode fazer mal à saúde -estudos com animais apontam riscos que vão de diarreia a câncer, além de responder por gastos que, muitas vezes, podem pesar no bolso.

"Os diabéticos usam os edulcorantes como se eles fizessem parte do tratamento, mas não é bem assim. Esses produtos permitem variar mais os alimentos, o que ajuda na adesão [ao tratamento], mas não são obrigatórios e muitas vezes são responsáveis por gastos desnecessários", afirma ela.

O estudo chegou a outra conclusão alarmante: os diabéticos não sabem a diferença entre produtos diet e light.

Foram entrevistados 120 pacientes atendidos pelo SUS em Ribeirão Preto, com média de 63 anos de idade e diagnosticados há dez anos. Os idosos são os maiores consumidores de adoçantes. Por outro lado, não houve diferença significativa entre homens e mulheres com relação à ingestão de produtos diet e light. 

Curso de Formação Completo em Pilates - Vipilates Aprendiz


Assistam aos vídeos das diversas Turmas Vipilates no YouTube:

VIPILATES APRENDIZ  
Curso de Formação Completa no Método Pilates

Baseado nos exercícios criados por Joseph Pilates e respeitando sua idéia inicial, o curso ensina os princípios e o repertório Vipilates no solo e nos aparelhos para treinamento individual e em grupo.

O Método Pilates ganha, no mundo todo, cada vez mais espaço frente à comunidade médica, tanto pelo seu excelente efeito na reabilitação quanto pelo rápido resultado estético-funcional. Essa realidade nos mostra que devemos ser especialistas em ambiente competitivos.

O Curso de Formação Vipilates Aprendiz proporcionará ao aluno a chance única de aprendizado no Método Pilates, com professores fisioterapeutas (UFRJ e PUC) especialistas e estudiosos do Método Pilates com respeitosa certificação internacional (Polestar/Physiopilates e Phipilates).

O curso é dividido em dois (2) módulos de três (3) dias cada, 100% práticos, com uma programação sequencial e progressiva durante finais de semana, com carga horária de 22hs por encontro.

O aluno do curso receberá um manual educativo referente ao material aprendido, com teoria, princípios, e todos os exercícios com suas posições iniciais, regressões e progressões.

CRONOGRAMA

1.    Teoria
História do Método Pilates, Joseph Hubertus Pilates, Contrologia, Conceito, Influências, Diversificação das Correntes, Gerações de Pilates, Diferenças entre Pilates Clássico e Pilates Moderno, Dicas de Estudo Continuado (YouTube, Twitter, Revistas Internacionais, DVDs, Artigos); Dicas de Empreendedorismo e Gestão do Studio (Plano de Marketing, Plano de Negócio, Pesquisa de Mercado Consumidor, Mercado Fornecedor e Mercado Concorrente, Plano Financeiro – apoio SEBRAE);

2.    Teoria Aplicada
Hierarquia do Aluno, como elaborar a Aula Experimental (dicas de captação e fidelização de clientes), Princípios Fundamentais (concentração, atenção, precisão, fluidez, qualidade, alinhamento corporal, alinhamento postural, descarga de peso em MMII e MMSS, organização da cintura escapular, relaxamento, flexibilidade, força), Princípios Principais e Essenciais (respiração toráxica-abdominal, powerhouse, pelve neutra, alongamento axial, ativação do Core e transverso do abdome), Imagens, Dicas Verbais e Dicas Táteis, Regras de Segurança (para os aparelhos, alunos e instrutores), Manual de Limpeza e Manutenção (aparelhos e acessórios), Avaliação Funcional, Elementos Moduladores (as seis possibilidades de progressão e regressão dos exercícios originais), Habilidades do Instrutor;

3.    Demonstração, Apresentação e Prática (repertório com mais de 300 exercícios)
Mat Pilates (Pilates Solo), Pilates com Acessórios (Bastões, Foam Roller, Airex, Flex Ring Toner, Disco de Rotação, Theraband, Pranchas Proprioceptivas, Alteres, Pilates com Bola, Alças de Tornozelo e Alças de Coxa, Molas de Parede, Flymoon), Reformer, Wall Unit, Wunda Chair, Cadillac, Ladder Barrel;


Informações e Reservas:
vipilates@hotmail.com

Consumir água pode diminuir risco de sobrepeso infantil



JULIANA CALDERARI
colaboração para a
Folha de S.Paulo

Beber água pode ajudar a prevenir o sobrepeso e a obesidade em crianças. Uma pesquisa realizada pelas universidades de Dortmund e de Witten-Herdecke, na Alemanha, e de Londres, no Reino Unido, concluiu que o aumento do consumo de água em escolas diminuiu o risco de excesso de peso.

O estudo foi conduzido em grupos escolares de áreas pobres dos dois países, onde o risco de obesidade é maior, e envolveu 32 grupos escolares de nível elementar, somando 2.950 crianças.

Para promover o consumo, bebedouros foram instalados nas escolas e os professores deram aulas sobre os benefícios da bebida para o organismo. As crianças foram incentivadas com recompensas e brindes como garrafas d'água.

Embora não tenha havido redução no consumo de refrigerantes, os alunos das 17 escolas que receberam a intervenção beberam cerca de um copo a mais de água diariamente.

Os resultados mostraram que, em um ano, houve queda de 31% no risco de excesso de peso nesse grupo, mas não houve redução no IMC (índice de massa corporal). As crianças que não participaram da campanha tiveram um leve aumento no peso no mesmo período.

"A água é fundamental para o funcionamento de todo o metabolismo", afirma João César Castro Soares, endocrinologista e nutrólogo da Unifesp. Para metabolizar 1 g de gordura, são usados 15 ml de água. Quando o processo de queima de gordura funciona melhor, sua eliminação do organismo também fica mais fácil.

Ingerir água reduz a retenção de líquidos, o que influencia na diminuição do peso. Por outro lado, bebidas artificiais como refrigerantes contêm mais sais e açúcares que nosso corpo e por isso, dão mais sede.

Beber água também causa uma sensação de saciedade que pode inibir por algum tempo a compulsão alimentar. "Um copo de 200 ml dá um volume considerável no estômago de uma criança em idade escolar", explica Castro.

"O trabalho reforça o conceito de que estimular hábitos de vida saudáveis com a ingestão adequada de água é eficiente para prevenir o aumento de peso", diz Mauro Fisberg, pediatra especialista em nutrição na infância e na adolescência.

A má alimentação infantil contribui para o aparecimento de doenças crônicas como diabetes, artrose e gastrite. Segundo o Ministério da Saúde, 13% dos brasileiros são obesos e 43,3% estão acima do peso. 

São Paulo está entre as piores cidades para idosos


VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
da
Folha de S.Paulo

Estudo do governo de São Paulo divulgado em 2009 mostra que a capital é uma das piores cidades do Estado em condições de vida para os idosos.

Dos 645 municípios paulistas, a cidade de São Paulo está na 503ª posição, com 38 pontos numa escala de zero a cem.

Para a dentista Helena Baitz, 66, o que São Paulo oferece para os idosos é "um horror". "Eu me reúno com grupos de amigos para cantar e nos divertir, mas é um grupo. A maioria dos idosos tem mais motivos de insatisfação que de alegria", diz.

O índice do estudo leva em conta mortalidade precoce dos idosos, acesso à renda e participação em atividades culturais e esportivas, por exemplo.

"A proporção de idosos é maior nas pequenas cidades. E é mais fácil o poder público localizar essa faixa etária e dar atenção a ela", diz Felícia Madeira, diretora-executiva da Fundação Seade, que fez o levantamento em conjunto com a Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento.

"Se as cidades não fizerem nada, será uma bomba-relógio em todas as áreas", afirma o secretário, Rogério Amato.

Para Wilson Jacob Filho, professor titular de geriatria da Faculdade de Medicina da USP, as cidades menores são melhores em qualidade de vida para os idosos. Segundo diz, em todo o mundo os índices mais altos de longevidade não estão em megalópoles como São Paulo.

"A cidade foi se transformando num ambiente hostil e não acolhedor a um idoso que tem algum grau de limitação", afirma. "Nas cidades pequenas, as coisas são mais próximas, o idoso transita com facilidade. Além disso, na capital os familiares dos idosos são comprometidos com o trabalho. No interior sempre tem alguém mais perto para cuidar do idoso." 

Workshop de Atualização e Capacitação no Método Pilates - Pilates Avançado


Assistam ao vídeo abaixo no YouTube:


UPDATE VIPILATES – PILATES AVANÇADO
Workshop de Atualização e Capacitação no Método Pilates

Destinado a instrutores já atuantes no mercado de Pilates, o curso oferece ao profissional uma excelente oportunidade de atualização e capacitação no Método Pilates através de uma série de exercícios intermediários/avançados desenvolvidos por Joseph Pilates e aprimorados pela equipe Vipilates.

Surpreenda seu cliente com inovação e criatividade e amplie seu repertório de Pilates com cerca de (sessenta) 60 exercícios desafiadores e suas variações, totalizando mais de 100 exercícios por módulo.

O curso completo é composto por 4 módulos divididos em dois (2) dias cada, 100% práticos, com uma programação sequencial e progressiva durante finais de semana, com carga horária de 16hs por encontro.

Cada módulo é independente, podendo o instrutor realizar cada um de acordo com sua disponibilidade e interesse.

Máximo de (doze) 12 participantes por turma.
O aluno do curso receberá um manual educativo referente ao material aprendido com todos os exercícios e suas regressões, progressões e variações.

CRONOGRAMA (por módulo)

  1. Princípios Fundamentais aplicados aos exercícios avançados;
  2. Aulas de aquecimento em circuito;
  3. Exercícios Intermediários/Avançados – Mat Pilates;
  4. Exercícios Intermediários/Avançados – Pilates com Acessórios;
  5. Exercícios Intermediários/Avançados – Reformer;
  6. Exercícios Intermediários/Avançados – Cadillac;
  7. Exercícios Intermediários/Avançados – Wall Unit;
  8. Exercícios Intermediários/Avançados – Wunda Chair;
  9. Exercícios Intermediários/Avançados – Ladder Barrel;
Informações e reservas:
vipilates@hotmail.com

    Fundação da Aliança Brasileira de Pilates


    Assistam ao vídeo abaixo no YouTube:




    Após 3 encontros nacionais preparatórios para fundação da Aliança Brasileira de Pilates – ABRAPI, realizados, respectivamente, em Salvador-BA no dia 06 de dezembro de 2007, em São Paulo no dia 19 de abril de 2008 e em Curitiba, em 09 de agosto de 2008, está oficialmente fundada a ABRAPI- Aliança Brasileira de Pilates. A oficialização aconteceu em assembléia realizada no Rio de Janeiro, no dia 29 de janeiro de 2010.






    A ABRAPI é uma associação sem fins lucrativos, destinada a congregar pessoas físicas (e não empresas), que exerçam funções especializadas do Método Pilates, estimulando seu aprimoramento, a multiplicação dos conhecimentos e a investigação científica relacionada ao método.

    Pretende ainda orientar e esclarecer a sociedade em questões relativas ao método Pilates, bem como representar os interesses dos instrutores associados frente às entidades fiscalizadoras das atividades afins e aos conselhos de classes dos profissionais que a constituem.

    A ABRAPI - Aliança Brasileira de Pilates, tem por objetivo ser a principal associação brasileira de Pilates, congregando profissionais de todas as escolas existentes em prol do desenvolvimento do método.

    Cabe dizer ainda que não é finalidade da ABRAPI atestar ou validar cursos de formação, material didático e equipamentos de Pilates.

    A Diretoria Executiva, eleita nesta mesma assembléia, está assim composta:

    Presidente – Alice Becker
    Vice-presidente financeiro – Maria Cristina Rossi Abrami
    Vice- presidente administrativo – Elaine De Markondes
    Diretor de Comunicação e Marketing – Silvia Gomes
    Diretor Jurídico – Eduardo Fraga
    Diretor Secretário – Roberta Bueno
    Diretor de Associados – Ana Carolina Silva 


    Estamos recebendo o contato de várias pessoas interessadas em se associar a ABRAPI.
    Como estamos numa fase de organização para recebê-los de maneira adequada e segura, criamos um cadastro para iniciarmos a formação do mailing da ABRAPI.
    Através dele vocês poderão enviar seus dados para que possamos mantê-los atualizados de todas as etapas da estruturação da Aliança.

    Cadastre-se já através do 
    www.aliancabrasileiradepilates.com.br

    quarta-feira, 31 de março de 2010

    Deprimidos correm mais risco de ter osteoporose, dizem cientistas




    JULLIANE SILVEIRA
    da Folha de S.Paulo

    Pessoas com depressão podem apresentar densidade mineral óssea mais baixa, o que aumenta as chances de desenvolver osteoporose. A constatação é de uma meta-análise de 23 estudos realizada por pesquisadores israelenses e publicada na edição deste mês da revista "Biological Psychiatry".

    Os trabalhos reúnem dados de mais de 2.300 pacientes com depressão e mais de 21 mil pessoas sem a doença.

    Um dos mecanismos que poderiam explicar a relação entre depressão e problemas ósseos é a ativação do sistema nervoso simpático. "Esse sistema, usado pelo cérebro para controlar os principais sistemas do organismo, como o cardiovascular e o gastrointestinal, também controla as células ósseas por meio de neurotransmissores", explicou à Folha Raz Yirmiya, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e responsável pelo estudo.

    A depressão aumentaria os níveis desses neurotransmissores no tecido ósseo, o que contribuiria para um pico de massa óssea menor, perda de tecido e osteoporose. A doença ainda favorece níveis mais elevados de cortisol na corrente sanguínea. "Muitos estudos mostram que as taxas de cortisol são altas em pacientes deprimidos e que o aumento dessa substância no organismo está negativamente relacionado aos níveis de densidade mineral óssea", acrescenta Yirmiya.

    "Esse estudo ressalta o fato de que a depressão precisa ser vista como um problema de saúde que vai além do sofrimento psicológico e que pode trazer consequências negativas para a saúde física", diz Renério Fráguas, supervisor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

    FATORES DE RISCO DA OSTEOPOROSE
    1.     Histórico familiar
    2.     Ser branco ou oriental
    3.     Ter mais de 65 anos
    4.     Ser do sexo feminino
    5.     Baixa ingestão de cálcio
    6.     Fumo
    7.     Alcoolismo
    8.     Uso crônico de cortisona
    9.    Baixo peso

    Mobilidade

    Outra hipótese que ajuda a explicar a associação entre depressão e menor densidade óssea é a relação indireta da doença com hábitos do paciente. "Sempre com a depressão vem uma alteração de comportamento". Essas interferências podem enviesar o estudo. 

    "A baixa densidade óssea pode ser causada por pouca atividade física, aumento de tabagismo e alcoolismo, distúrbio nutricional ou a própria medicação ingerida", argumenta a endocrinologista Marise Castro, chefe do Setor de Doenças Osteometabólicas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

    Pacientes deprimidos costumam se movimentar menos. A atividade física estimula diretamente a formação óssea - e a falta dela pode comprometer a densidade do osso.

    "Os ossos são tecidos vivos que estão o tempo todo sendo reabsorvidos e formados, processo chamado de remodelação óssea. Durante a vida, sofremos pequenos impactos que levam a microtraumas nos ossos, deixando-os mais frágeis. Os exercícios são um poderoso estimulante da remodelação", explica Salo Buksman, geriatra do Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia).